domingo, 10 de maio de 2015
INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS
TERAPIAS
TEACCH - Treatment and education of autistic and related communication handicapped children (Tratamento e educação de autistas e de pessoas portadoras de síndromes similares)
Foi desenvolvido na escola de Medicina da Universidade da Carolina do Norte, em 1970 e é o primeiro programa para tratamento de pessoas autistas a ser adotado em todo um estado nos Estados Unidos. Consiste numa abordagem de ensino estruturada baseada na ideia de que o ambiente deve ser adaptado ao autista e não o autista adaptar-se ao ambiente. O programa também leva em conta o nível de entendimento e de interação do autista. As estratégias de ensino são desenvolvidas para aperfeiçoar a comunicação, socialização e habilidades para compreender o seu mundo.
ABA - Applied Behavior Analysis (Analise aplicada do comportamento)
O ABA foi desenvolvido pelo Dr. O. I. Lovaas da Universidade da Califórnia do Norte em Los Angeles, sendo umas das terapias mais conhecidas para se trabalhar com os autistas. Consiste em ensinar habilidades dividindo-as em etapas e recompensando as respostas corretas. Esta terapia pode ser usada para corrigir comportamentos e também para ajudar a adquirir novas habilidades. O ABA é utilizado geralmente de 30 a 40 horas por semana individualmente, com a ajuda de um profissional. Esta terapia influenciou muitas outras
Verbal Behavior (Comportamento Verbal)
No livro Verbal Behavior o psicólogo B.F Skinner escreveu sobre a relação do ambiente no desenvolvimento e no reforço da comunicação. O adulto oferece o ambiente realçando a linguagem, exemplos: PECS, linguagem de sinais, para a criança que está começando a se comunicar. O "Verbal Behavior" - comportamento da verbalização -, oferece uma estrutura para iniciar o processo de ensinar a comunicação verbal. Usa-se muito incorporar o Verbal Behavior ao programa da ABA com os seguintes resultados:
» Para estabelecer comunicação repertorio para criança sem linguagem;
» Reforçar, elaborar e enriquecer habilidades de se comunicar já existentes;
» Obter uma compreensão melhor sobre pensamento e resolver problemas.
PECS- Picture Exchange Communication System (Comunicação usando trocas de fotos)
A comunicação é uma das muitas áreas afetadas pelo autismo e o PECS é um processo auxiliar no desenvolvimento da linguagem e propõe-se a implementar um "caminho" de comunicação entre o autista e o meio que o cerca. Algumas crianças autistas desenvolvem a chamada linguagem tradicional, entretanto, outras talvez nunca falem, mas poderão utilizar um instrumento preciso para se relacionarem ("falar") com o mundo e expressarem seus anseios e desejos.
O PECS é esse instrumento fundamental para assessorar e compreender a rotina do autista. Criado há mais de 12 anos pelo Delaware Autistic Program, esse método baseia-se no ABA (Applied Behavior Analysis) e ensina o autista a trocar uma foto por algo que deseja.
A vantagem do PECS é a sua simplicidade e racionalidade em proporcionar uma resposta primária por parte do autista, ou seja, ele escolhe a foto (visual) do PECS que demonstra o que quer estabelecendo a comunicação com os outros e, em muitos casos, promovendo o desenvolvimento da fala. Vale ressaltar que a primeira "língua" da maioria dos autistas é a visual.
FLOOR TIME
O modo educacional desenvolvido pelo psiquiatra infantil Stanley Greenspan, o Floor Time funciona como uma terapia que cria a interação entre a criança e o adulto através de brincadeiras, em um desenvolvimento baseado em sequências.
Greenspan descreveu seis estágios encontrados para o desenvolvimento emocional mais avançado da criança, distribuídos como se fossem uma escada que deverá ser subida degrau por degrau. As crianças autistas têm problemas para conseguir alcançar a escada por várias razões como: problemas sensoriais; dificuldade para processar informações ou dificuldades para conseguir ter o comando de seu corpo.
O Floor Time não trabalha com a linguagem separada ou motora, mas usa o desenvolvimento emocional integrado como no ABA. A diferença é que o Floor Time é dirigido especialmente à criança. Terapeutas e pais encorajam a atenção, a intimidade e a comunicação com a criança através de uma brincadeira escolhida pelo próprio autista.
SON-RISE
Este programa foi criado pelos autores e professores Barry Neil Kaufman e Samapria Lyte Kaufman quando o seu filho Raun foi diagnosticado com sendo portador de autismo clássico. Embora tenham recebido conselhos para internar seu filho em instituições especializadas, os Kaufman resolveram desenvolver um programa em casa para conseguir alcançar o filho. "The son-rise program" é um tratamento educacional que trabalha com áreas de aprendizagem, comunicação e novas habilidades desenvolvendo técnicas e estratégias.
SENSORY INTEGRATION THERAPY (Terapia de Integração Sensorial)
A Doutora A. Jean Ayres, terapeuta ocupacional, desenvolveu um programa de tratamento chamado "Sensory Integration Therapy" (Terapia de Integração Sensorial), um dos métodos bastante utilizados atualmente no tratamento dos autistas nos Estados Unidos. A Dra. Ayres começou a trabalhar com pessoas com dificuldade de aprendizagem e o método foi generalizado para todos os que tivessem problemas de integração sensorial.
A população normal desenvolve a integração sensorial naturalmente, brincando, movimentando-se no seu ambiente. Pessoas com disfunção de interação sensorial não conseguem processar estas sensações e relacioná-las com suas atividades. Como consequência, esses indivíduos não conseguem desenvolver e ajustar as respostas que o cérebro organiza. Terapeutas com treinamento em reeducação sensorial podem diagnosticar como o individuo está processando essa integração e desenvolver um ambiente que lhe permita interagir com mais afetividade.
TERAPIAS SUPLEMENTARES
Essas terapias dão suporte a outras e os programas são adaptados às necessidades de cada indivíduo.
Procure profissionais que demonstrem conhecimentos sobre o autismo e os métodos de trabalhar com eles.
São elas:
1) Terapia Ocupacional - para ajudar as atividades diárias de aprendizagem;
problemas sensoriais; dificuldades motoras. Em Portugal
os problemas sensoriais são trabalhados, na maioria dos casos,
com a assistência de terapeutas ocupacionais.
2) Terapia da Fala - como suporte para a oralidade, para superar eventuais
dislexias iniciar um método de comunicação (em Portugal os terapeutas da fala dão
assistência às crianças autistas com o auxílio do PECS e também através de
experiências com interações sensoriais).
3) Terapia Musical - Esse tipo de terapia é muito bem respondido pelos autistas
por gostarem de música e sentirem o forte apelo dos sons e dos ritmos. Os
objetivos serão diferentes de criança para criança (contato visual, sequência,
promover a cognição motora, aprendizado, organização, comunicação,
socialização, etc.). A música mantém a atenção estimula e utiliza muitas
partes do cérebro.
4) Fisioterapia - O autista pode ser beneficiado pela fisioterapia se apresentar
problemas com rigidez e/ou fraqueza muscular, atraso nas expectativas
físicas como sentar, andar; falta de coordenação motora, dificuldade em se
locomover falta de perceção do espaço, postura anormal, dores
generalizadas, etc.
5) Equoterapia - Trabalho com cavalos focalizando principalmente a
psicomotricidade. O movimento rítmico do cavalo é
usado como terapia e ajuda o autista na interação sensorial possibilitando-lhe
atingir uma melhor adequação entre suas ações e suas emoções (seu comportamento).
6) Hidroterapia - Esta terapia também traz muitos benefícios à interação social.
Usa os movimentos, exercícios que são feitos na água. É praticada em
piscina com água temperada (nem muito quente nem muito fria), e estimula
não só o físico, mas o contato social.
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