quinta-feira, 24 de setembro de 2015

Autismo-Crescemos e agora?

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   Crescemos!!!!
   E agora???


   Quando pensamos ou imaginamos como seria um dia o nosso filho/a nunca pensamos em estar a fazer a pergunta que tantas vezes fazemos mas não queremos realmente verbalizar...vão crescer! E depois?
   Imaginamos para os nossos filhos um mundo perfeito...imaginamos que vão crescer saudáveis, que irão brincar como todas as crianças, que irão à escola, depois já mais adultos e mais maduros irão para a universidade, e chegará a altura em que também eles terão a sua própria vida...
   No entanto, estávamos ainda longe de imaginar que o caminho que teríamos de percorrer seria longo e a caminhada constante...os nossos filhos, as crianças que tanto imaginamos, são sim seres perfeitos e  saudáveis ,mas tendo a particularidade de serem também portadoras de autismo.
   São os nossos anjos, portadores dos nossos sonhos e é através deles que vivemos as nossas expectativas de um amanhã melhor e de um futuro risonho.
   Mas...hoje eles são crianças, e vão à escola,vão ás terapias ,vão brincar no parque, mas um dia vão crescer!
   E como pais não podemos deixar de nos preocupar que soluções existem para os nossos filhos adultos, a onde vão ás terapias, que tipo de vida profissional vão ter, e tantas e tantas perguntas sem resposta.
   Em Portugal a resposta para um adulto autista é escassa...até aos 6 anos a criança tem a possibilidade de ser acompanhada pela ELI local, ou pode ser acompanhada para terapias num centro de autismo como a APPDA.
   A partir dos 6 anos terá de  ser acompanhada com terapias a cargo dos pais, e só ficam com a educação especial durante 30 minutos em contexto escolar...as escolas de ensino estruturado têm vagas para 5 crianças e estão sempre com enormes listas de espera...então que soluções existem para os nossos filhos adultos portadores de autismo?
   Os que chegam ao mercado de trabalho, são postos de lado por serem diferentes, discriminados por não entrarem nos grupinhos, por não entenderem as brincadeiras...e os que não chegam ao mercado de trabalho são obrigados a ficar numa instituição ou em casa com os pais.
   Porque quando são crianças todos lhe acham piada...e quando forem adultos???
   Terapeutas, professores, amigos, família, médicos e simpatizantes vão perdendo a esperança...Mas nós pais NUNCA perdemos a fé  nossos filhos...NUNCA NUNCA  NUNCA!!!
    Para alguns este texto poderia ser sobre um assunto sobre o qual não queremos pensar...serão adultos e depois???
   Mas para nós este texto é sobre esperança e sobre fé...fé nas nossas crianças sempre,porque um dia serão adultos,... e esperança que todos os pais, médicos, terapeutas, amigos, familiares e simpatizantes se juntem e formem uma grande família unida na construção de um grande futuro para as nossas crianças portadoras de autismo.


Bem hajam!!!


O Cantinho Dos Autistas







domingo, 20 de setembro de 2015

Autismo-E quando o preconceito está perto de nós?


   Hoje voltamos atrás no tempo.
   Buscamos as recordações de ter de contar à família e aos amigos que a nossa criança está no espectro do autismo.
   As memórias trazem-nos de volta os rostos dos que não nos falaram mais, os que deixaram de nos procurar, e os que por acaso encontramos mais tarde e se desculpam com a falta de contacto porque a vida os mantem muito ocupados.
   Nós, que temos de lidar com o dia a dia-as terapias, a escola, as birras, a falta de sono e as preocupações constantes, somos os primeiros a entender quando se desculpam com a ocupação da vida.
   E será que realmente os outros sabem? Entendem? Procuram entender ou acabam por se afastar?
   Depois da noticia confirmada vem então a reação da família e dos amigos.
   Uns dizem que já desconfiavam, que já sabiam.
   E chega a primeira mágoa.
   Se já sabiam, porque não nos disseram? Oh! Não é que nós já não soubéssemos ou não tivéssemos visto todos os sinais, simplesmente serviria para confirmar que não era loucura da nossa cabeça, que não estávamos a ver problemas a onde não existia.
   Afinal, dizem que é muito isso que as mães e os pais fazem...que vêm problemas onde não existem...
   Uns dizem que está tudo bem, outros dizem que a criança não tem nada, que os médicos se enganaram, que se calhar era melhor arranjar um instituição e internar a criança ou talvez as coisas não sejam bem assim como dizemos...afinal somos só pais!!!
   E lá vem a segunda mágoa.
   E na verdade, na semana seguinte, no mês seguinte, no ano seguinte o telefone deixa de tocar, o email deixa de receber mensagens, os convites para as festas deixam de chegar e de repente alguns amigos têm vida própria e não estão disponíveis para ouvir ou entender os nossos desabafos.
   Afinal o preconceito estava dentro daqueles que nos eram mais chegados!!!
   Caros amigos e família, caros leitores, o autismo nem sempre é visível, mas não é transmissível.
   Porque todos os dias são dias de luta pelas nossas crianças, apoiem-se uns aos outros.
   O melhor que podemos oferecer, está dentro de nós... o amor e aceitação incondicional.


Bom Fim de Semana
O Cantinho dos Autistas

sábado, 19 de setembro de 2015

Autismo e a Escola




   Em semana de regresso ás aulas em Portugal, não podemos deixar de nos perguntar se realmente as escolas públicas onde deixamos os nossos filhos, estão aptas para os receber, se a mentalidade dos funcionários é aberta o suficiente para os perceber, se a educadora está disposta a aprender.
   E assim, lá vamos nós, deixar as nossas crianças, porque sim, porque lhes faz bem, porque precisam de ser integradas, e sem sombra de dúvida porque estamos a fazer o que é melhor para elas.
   E então chegamos a escola e dizemos à educadora que vai ter uma criança portadora de autismo na sala e levamos com a cara dela de susto e a primeira pergunta que lhe sai é : Mas a criança bate? É violenta?
   Mas então? Serão considerados os autistas violentos, agressivos? Existe alguém interessado realmente nas características particulares de cada um?!
   Ficamos ainda com mais dúvidas se realmente a escola é o sitio ideal para a criança.
   E de seguida lá vem uma birra, juntam-se 5 ou 6 adultos para ver o que se passa e o resto da escola vem vindo devagarinho espreitar, tipo espetáculo de circo a que nunca ninguém assistiu.
   Deixo-vos aqui a nossa pergunta...nos tempos que correm, em Portugal, no Brasil ou em qualquer parte do mundo, não deveriam já as educadoras, funcionárias de escolas e afins, terem formação e estarem informadas não só sobre como lidar com crianças autistas mas crianças com paralisia cerebral, síndrome de Down ou outro síndrome qualquer?
   Sim, existe educação especial. Mas o que se faz com uma criança 30 minutos por semana?! Quando irá a criança ter tempo de se adaptar a professora de educação especial nesses 30 minutos?
   E a educadora que passa com a criança a maior parte do dia, quando irá ter tempo ou disponibilidade para uma criança autista se tem uma sala cheia de crianças típicas que já lhe dão tanto que fazer?
   E ainda há tanto por fazer pelas nossas crianças!!!
  Todos os dias são dias de luta.